Das orgias dos tempos modernos e das TARAS antigas em tempo de Crise

Seria estranho... que um comentarista nos tempos que correm - se lembrasse: ao falar de um político - de referir que o mesmo usa fato e gravata.

O mesmo não seria de estranhar se tal político fosse da estrema esquerda... no entanto a notícia "Passos Coelho hoje usou fato, camisa e gravata" seria... estranha... e - se proposta para gerações futuras... muito mais...

Há certos momentos nos que - mesmo civilizações elaboradas: como o caso da Romana ou da Grega - apresentando certos padrões de COERÊNCIA (que chamamos erradamente de ética, moral e até deontologia nas profissões normativas) que - quando em período de DECADÊNCIA da "persona pública" em causa ou de um grupo social em particular - nos momentos mais bizarros - são logo relatados (e ironizados) pelos vários historiadores e biografos aos que nos hoje - pelas transcrições - sabemos terem sido objecto de escandalo e repulsa...

O que resulta curioso (e quem entende estas coisas - chega logo à raiz do porquê desta afirmação) é que - em qualquer estrutura onde existam seres humanos que gerem laços e padrões de relacionamento emocional, estando em estrutura social - tendem a comportar-se com definição harmoniosa de limites e sentido de temperança (ou harmonia);

Bacanais são bem conhecidos das celebrações dos rituais de Baco-Dionísio-Átis e Histórias de malfadados reis - vestidos de donzela para espiaro ritual prohibido aos homens - contam bem da crueldade e barbárie vividas no desenfreado ritual pois o Deus (a personificação do espírito da festa) a determinado momento faz com que lhe caia o disfarce e o dito rei grego é morto e dacapitado - levando a sua própria mãe a cabeça do desafortunado até às muralhas da cidade e - despertando do seu estado de consciência alterado - chorando amargamente o seu acto inconsciente fruto de se deixar apossar pelas potências (os ditos "titãs" pelos Deuses "domados")...

Assim - muito me espanta - que numa época de rebaixados valores... nos que se inventam novas histórias e se refazem mitos à maneira dos seus gestores - me digam que as tribos ditas "primitivas" utilizam também este tipo de ritual.

Faz-me lembrar uns certos occidentais - que, estando umas semanas ou meses entre grupos étnicos dispares - são logo iniciados nos mais profundos mistérios quando - os próprios e autóctones - levam uma vida de pertença e integração para o fazer...

Deve ser pelo "sex appeal" do louco e ignorante occidental - que, como bom taumaturgo - vem depois vender a banha da cobra a troco de uns tostões bem reais - em workshoppings e técnicas exóticas que grassam como ervas daninhas por todo o território nacional e além mar...

Os povos ditos "primitivos" - daquilo que conheço - na sua essência e no seu habitat natural - são bem humanos.

Estabelecem relações que permitem estabilidade (lá não há polícias, tribunais, psicoterapeutas ou terapeutas de casal, não há psiquiatras nem livros como "Os Homens são de Marte e as Mulheres de Vénus");

Não vêm filmes pornográficos e não se masturbam ao fim do dia com um cardápio de instrumentos bizarros para refinar a sua total ideossincrazia... eles - simplesmente são...

Estando em Timor - tive o privilégio de habitar três meses na montanha do enclave em território indonésio de Oe-Cusse.

Como "maioral" (havia um médico para 60.000 habitantes e eu exercia como um meio termo muito respeitado) tive ocasião de participar nas festas de desluto, barlak (acordo entre famílias sobre a pertença dos noivos à família de outrém) e casamentos... muitos casamentos!...

A determinada altura - numa das festas - dei por mim em que - os homens dançavam o "tebe" - dança típica na que - todos abraçados e em círculo - festejam a vida e a harmonia da aldeia e depois havia danças entre pares nas que - com toda a educação e sensibilidade do mundo, eles e elas disfrutavam da alegria da festa em honra ao jovem casal...

Eu - como não sei dançar a dois (ainda espero aulas de dança) pensei em dançar sozinho - logo comecei com o típico "batuque" occidental de distoteca de fim de semana e afins...

Bem - aquilo atraiu a atenção dos mais jovens e dos Catuas - guardiães ancestrais e chefes por direito - são os anciãos que nos roubaram os Romanos ao chamar "presbítero" a um padre de vinte e poucos anos que vai "orientar" toda uma comunidade...

Enfim - aqui a questão é que - com toda a delicadeza do mundo - me tocaram nop ombro e - gentilmente, num portugués acessivel - me pediram por favor para respeitar as tradições e dançar com uma senhora.

Eu assim fiz - calhei nos braços de uma senhora esposa de um pugilista: que tirava as tampas das "bintang" (cerveja Indonésia muito apreciada naquela região) com os dentes e - sem querer - recebi a minha primeira aula de dança estilo Timor - a voar nos braços de uma senhora mulher - que se divertiu imenso a dançar com o "Dr. Malae" (malae é estrangeiro);

Conclusão - para aqueles que trazem sexos e sexualidades e orgias na cabeça:

A repressão das sociedades leva aos extremos - a decadência das sociedades ditas "desenvolvidas" - muito mais...

Não é algo normal o que relatam os historiógrafos - são ABERRAÇÕES que eles fazem questão de notar em personagens de talante público que: na visão do cronista - deveriam ser exímios... mas não o são...

Meus caros - não vão descobrir a pólvora - nem em festivais à lua cheia, nem maytunas, nem em Tantras de ocasião, nem em workshoppings de fim de semana que vos ensinem técnicas que SÃO CAMINHO DE VIDA para gentes de outros lugares que nunca chegaremos a compreender - ainda que, na nossa arrogância - achemos que sim por termos uma certa visão de "patamar"... ou de cariz superior...

Estes - ignorantes - confundem tecnologia e informação com refinamento humano.

Nas montanhas de timor - entre homens e mulheres descalços, em casas feitas de folhas de palma entrançada e sólo de terra batida assisti aos gestos humanos mais profundos e ao sorriso de crianças, jovens e idosos mais livres do que em todo o nosso querido território com toda a sua suposta riqueza em bens materiais....

Dito isto - enganar, enganam-se os parvos, os que querem ser enganados e... tendo fome e sede de amar, aqueles desesperados que confundem uma carícia e todo o eco de vida que esta implica com algo realmente dado em sintonia e verdade... pois numa peça de teatro: com todo o seu espectáculo... sua música, seu decoro, seu ambiente e preparação... existe gesto semelhante... mas - na realidade - não está ali alguém REALMENTE a dar-te a mão...

Quando estiveres internado, num hospital esquecido - verifica... de entre todos esses com quem partilhas intimidade e pensas viver vida... entre todos: quantos te visitariam e quantos ficariam ali: mão em mão... até ficares bem... até regressares ao teu próprio salão de dança de vida a viver em plenitude e devoção?...


Em timor - não tinham orgias nem nada que se pareça - quando um adoece - a família não arreda pé até que o tal está plenamente restabelecido ou passa para o mundo dos espíritos... suponho que se chama "amor"... mas disso a nossa tecnologia pouco entende e os tempos determinados para spas, actividades de dança, workshoppings e passeios deixam pouco espaço para o cultivar profundo do verdadeiro sentido de família, comunidade e relação...

Eis a diferença - meus amigos: entre aquilo que é REAL... e aquilo que PARECE... MAS NÃO É;

SAÚDO

Desperta!

sair da sombra sem se deixar cegar pela luz...

Eis o caminho que conduz o povo ao nosso novo lugar...
E é preciso avançar - pé ante pé - devagar...
Pois os dias estão contando já... os tempos e as vidas se dispõem a marchar...

Para onde vais portugal? Para onde este teu caminhar?
Há um tempo - um só tempo - do que dispões para lembrar...
Teus valores, tuas finas flores... antes do sol Despontar...

Assim - muda o teu rumo - aponta para o mar - de onde vieste... a onde vais regressar...

E aqueles que escolhem - fincar seu pé... ancorar neste chão - palma direita erguida em sua opção
Esses dever olhar - para o Norte que os impele a avançar...

Procurar sua casa  noutro sítio... seu mesmo lugar....

O Sol se esconde... o Sol pára de brilhar...
Incendia as vidas que se negam a despertar
Vem a noite... sua lua soturna - seu brilho... seu encantar...

Vem a voz do vento - lembrar o que outrora foi - e de novo à de começar...

Desta vez os Dragões já estão prontos a entrar...
Entre ruas e estações... já os ouves a passear...

Por isso desperta - ó meu querido ancestral...
Mostra a tua insignia, a que fez nascer do graal...

Um novo sol que desponta, entre as sete estrelas a brilhar

Um sangue novo que arromba os grilhões que encadearam teu sal...

Desperta

ainda não estamos preparados para dar sangue e vida por um sonho ou ideal...

mas as paredes vão se fechando e a margem de manobra para o heróico, para o magnífico... vai ficando cada vez mais estreita e engelhada na rotina e no desespero de não haver mais nada a não ser o que todo o mundo sabe, pensa e reproduz...

Passos

Onde podes ser o que és tendo o teu coração nobre e puro:

vale sempre a pena procurar o caminho de volta à inocência mantendo os olhos bem abertos ao longo do percurso;

O santuário Cresce

Num momento no que o verde, o azul e o branco se reconhecem; num tempo no que o negro já canta outra voz e o vermelho inflama paragens outrora obscuras encontramos sentido e contentamento em procurar o novo reino onde todos possam reinar: um mundo novo onde aquilo que somos se faça realidade por ser visto em sintonia conjunta...

Um novo espaço onde aquilo que realmente representamos - por mérito - possa fazer parte de todos os que connosco comumgam na edificação de um saber estar melhor...

Um novo passo no santuário: lugar de veneração da VIDA;

Uma nova esperança

Entre um mundo de vidas cruzadas e caminhos paralelos - há um universo novo que acolhe os puros de coração;

As quedas do passado, os actos nobres falhados, os feitos alcançados... se juntam no novo mundo que nos pertence: de início a fim do mundo terminado;

Caminhos, esperas e interregnos

No coração humano - late uma vida - existe um fado: que convida os seres sinceros a entrar... e impele os que ainda procuram a meditar...

No coração da vida há um sítio - verdadeiro lugar - para que aqueles que procurar possam se encontrar.. e aqueles que duvidam possam ainda descansar... no seu sonho profundo ouvir... sentir... repousar...

No coração mais puro existem falhas a sarar... são esses ecos simples... essas coisas que a vida reprime e que... gota a gota... se fazem destilar...

O importante é que foste chamad@ - para entrar, par estar ao lado - desse pleno e sereno lugar...

Agora espera - com teu coração à janela - vai vendo e sentindo o que é teu para herdar...

Visão

pedra branca... serenada pela água no seu fluir...

Imensa... calma... sustentada por raízes cravadas no por vir...

Sustento... de vida... de sonho... alimento...

Casa segura... que tempo apura... na vida do mundo que há de vir...

Sentir alento... em cada segundo um novo momento: tempo que fica e nos faz renascer

Sustento: raízes de vida e sentimento - na devoção profunda de saber sentir...

Todas as vozes se tornam claras... mensagens atrozes ecoam vagas
Desaparecendo nas ondas de um novo querer

Um só ser - que sorri - múltiplas formas de o fazer existir...

Pontes profundas jorrando fecundas do centro sincero do nosso viver

Gregos e Troyanos

Procurar congregar - as forças, os recursos, os valores: a nobreza interior de cada ser e as suas habilidades inatas para as fazer valer.

Sejas cobra ou leão - o que importa não é aquilo que vibras, a tua linguagem - é o pilar que sustenta a intenção da tua visão.

Juntos somos mais fortes.

Mensagem do Anjo ao Dragão

Há um paraíso

Para os de coração nobre, para os determinada decisão, para os fincam pés na terra dos valores, para os que procuram no mundo a sua remissão...

Há um lugar que se abre para os puros de coração, há um mundo novo para os que se erguem raízes na terra com determinação... há um lugar novo para os que compreendem vivem e sentem que estão aqui para avançar e ajudar...

Esse lugar abre-se na alma e no ser daqueles que querem avançar... dos que olham para o horizonte como linha a alcançar, mantendo pés firmes a avançar... nem se perdendo entre as núvens do céu azul, ou cabisbaixos no pó da vida que os atrai e seduz...

Igual para cobras e dragões, para águias e leões... pois depende da virtude e da pristina vontade que os ilude e comanda a la chegar...

Um sonho a consagrar

O santuário prevalece para aqueles que se crescem sangrando desde dentro um novo porvir...

O santuário é sagrado - pois seu portal é dourada e alvas suas paredes e seu refulgir...

Sereno e sossegado... pedra dura entre o mundo irado... água serena num mundo sem voz...

O santuário acolhe as raízes profundas que trouxeram a estas terras os nossos avós...

Interregno

Encontrarás o teu lugar no eco do teu caminhar quando a casa chegues: tuas palavras soarão, como a vida do teu irmão, que a tua vida subscreve;

http://poemaemverdade.blogspot.pt/

Pedir acesso por email
danielfeijoo22@hotmail.com

O lugar do Meio... humanidade desperta

As raízes... profundas... mergulhando na terra mãe... úmida...

As paragens... longínquas... brisas invernais soprando no topo da montanha... ideais

O furor do vulcão... força... vida... expansão criativa... vermelho em ebulição...

Serenidade no cimo do monte... o silêncio... a harmonia... onde toda a forma adquire a sua sintonia... e se funde na sua fonte original...

O desejo, o mordaz ensejo, a paixão...

O sublime adorar do ser amado... serena quietude de se estar lado a lado... fusão...

Olhar o mundo e ver suas rochas a arder... pilares da terra a renovar... esperança a perecer...

Valores do templo vivo que edificamos, degraus de uma escadaria sem fim que tanto amamos...

A promessa da chegada... os passos concretos para lá chegar... a caminhada... a entrega ao ideal...

Subimos o monte em tempos de mudança vital... aspiramos a olhar mais fundo e ver mais longe: vivendo nesse estado no que tudo está em ligação real...

Um mundo apela ao desprendimento... etéreo elemento... obtido após voltas e voltas na mundana espiral...

Um tempo apela ao isolamento... a que tudo o que necessitamos está aqui ou acolá...que não há razão para além da própria razão para estar neste lugar... não há causa de ser ou estar...

No centro está a resposta... o divino elemento que tudo unifica, a este mundo dando sentido...

Quem prefira um mosaico incompleto cujas peças de tonalidades várias não acabam de encaixar num todo coeso...

Esquecerá toda a mensagem no seu peito ecoando, na sua vida vibrando: "Vive, avança, regresse ao teu verdadeiro Lar... encontrando o teu lugar!"

Se amares - verás... estarás às portas e... se o teu coração for firme... entrarás...

Mudanças

Quando os ventos de mudança sopram... há vozes que ecoam ruína... há vozes que anunciam renovação...

Quando os tempos se expandem... há vozes que lembram limites... há coros que cantam libertação!

Quando os dias se preparam para ser diferentes... há seres que se aferram ao que sabiam dantes... há vida que se embeleza para o ser...

Novos tempos... mesmos valores... vestes semelhantes...
 

Espiral

Dentro... no templo... onde só tu podes entrar...
Puseram um querubin de fogo... para a tua honestidade poderes testar...

Sereno... calmo... livre de todo o pesar...
És bem vindo... ser livre... prepara-te para caminhar...

Em todo o momento um mistério... em todo o tempo há um lugar...
No que te conheces nos olhos alheios... no que te vês no espelho ao olhar

Entra, viajante cansado... contempla o despertar...
Deixa tuas roupas, mochila e cajado... é tempo de regressar...

Despertares Também

Se o crês é porque o vês...

Se o vês é porque o crês...

Se o vives é porque o és...

Se o és é porque...

O chamamento interior pede para despertar...
De entre o mundo dos grilhões dourados colocados nos nossos pulsos...
Das rectas e caminhos outrora pactuados...

O tempo do despertar é pura serenidade...
É caminho, vida e verdade...

O tempo de despertar é olhar-te no espelho, reconhecer teu companheiro... sorrir para ambos ao ser um só...

Uma face que desperta, outra que dormente está alerta e uma outra que espera o sol raiar...

Temos muito para fazer... tudo para dar...

A fonte da vida no centro do peito... já não há prisão que te possa ocultar...
As nuvens da mente se desvanecem... em ti há um novo olhar...

A vida te sorri em toda a parte... em toda a parte te encontras para cantar...

Esperanto

Linguagem nova... mensagem do SER...
Linguagem nova... ver, sentir, reconhecer...

Vida nova... olhar o espelho no ser irmão...
Vida nova... olhar no espelho e estender a mão...

Pilares de luz... serenar o ruído que separa e reduz...
Pilares de luz... olhar e ver de novo o ser que nos conduz...

Novo horizonte... abrir caminho onde havia monte...
Novo horizonte... trilhar o caminho brilhando na fronte...

Saber ouvir... o eco distante que fala para nós...
Saber sentir... que o eco de amigo é tua própria voz...

Cúpula de Cristal... de onde sopram os ventos de onde vem a manhã...
Cúpula de Cristal... cristalinos, transparentes como o SER original...

O ar te alimenta... a quem pertence o seu respirar?...
O ar te sustenta... qual a árvore responsável pelo vento ao soprar?...

A vida te sorri... olhas a beleza plantada para ti...
A vida te sorri... a beleza te olha e para ti sorri...

Novos tempos... vida a redobrar...
Abrimos nossos olhos... começamos a despertar...

Vestes Novas

A força que desagrega e cristaliza procura o centro humano... apagar o coração...

A força do sorriso de criança, do gesto simples, do sorriso aberto... iluminar sua razão

Há um mundo quadriculado, criado pelo lado humano, para conter as cores de verdade que são gravadas no centro silencioso da tua existência...

Há um mundo expandido - sem norte nem sentido - onde és tu o centro e tudo gira em teu redor...

Amas a ave que voa pelo seu simples pairar, a flor que cresce pela sua cor a irradiar...
O ser humano que abraça pelo seu gesto de paz, a luz que te ilumina por te convidar a vibrar...

O desafio, neste momento, é optar:

O mundo do medo - onde o frio e o gelo te vão cristalizar...
O mundo do êxtase, da luz perene, da vida expandida onde és convidado a criar...

O princípio imóvel, a ondulação eterna, a vida procura-te em cada momento, em cada lugar...
A voz do sublime... sopro subtil - está em teu ser... te chama já...

O desafio está em romper amarras com o passado, olhar confiante o presente que te foi plantado no peito e começar a caminhar...

Lentamente os dormentes olharão os céus e verão luz palpitar...
Compreenderão que a estrela que se levanta traz a luz do Sol no seu brilhar...
Que amou desde sempre até o Sol despertar... que não há noite, nem frio, nem apagar...

Os que despertam lembrarão seu canto e - entre ruas cheias de gentes nuas começarão a cantar...
Suas vestes novas, luz que ecoa, começarão a mostrar... será já tão difícil de negar...

Serão os excluídos, os que pareciam despidos - de posição, lucro ou titulo secular
Que farão ver os dormentes quanto de si ainda há para dar...

E os que já vêm, os que abriram o peito, desbravarão o cimento com sua ilusão: seu vibrar...
Gelo que se derrete, personas que caem... máscaras no chão, casulos de luz a rebentar...

Serão cânticos ou um simples dançar...
Serão vida garridas, novas perspectivas, recriar e começar...

O mundo novo já aqui está... desperta em cada dia que te atreves a sonhar...
A vida nova chegou: em cada ser humano entrou... sementes de esperança começam a despontar...

Não é um tempo, não é um lugar... é a tua vontade, o teu compromisso, a tua forma de te entregar...

Saltas... entre as ondas te levantas... e começas a caminhar...

Vai haver doze que te dizem - vai
Vai haver vinte e quatro que te lembram para parar
Mil à destra que contigo saltem
Outros mil detrás que te levam no ar
Milhares de vozes se erguerão do medo
E o medo dissiparão com sua força de amar...

Alguns serão mão em mão - com um amigo, com um irmão...
Outros, seres no colo, verão crianças de outrora com seu novo brilhar - seres de fogo começando a despontar...

Os papéis antigos a queimar - quem ensina, quem aprende: qual o sentido ao caminhar...
Pois dos corações emergirão línguas de fogo e falarão como os anjos e assim será seu brilhar...

E verão com um novo olhar... as cores, a brisa, a vida... as nuvens no ar a pairar... serão as pontas garridas das suas cores vestidas para o novo mundo iluminar...

Despertamos irmão... irmã... despertamos para ver que - por detrás do pano - somos a própria vida a vibrar...

Saltamos, dançamos... começamos a nos entrelaçar...

Somos luz condensada que se despe das vestes antigas e as novas deixa brilhar

Circulo em Espiral... ecos no templo

O circulo é visto... se faz espiral...

O dragão... vivo... coroado de brio... nos convida a entrar...

Silêncio... humanos caminham sem se precatar...

No centro... o santuário de rocha a vibrar...

Em volta... Carvalhos antigos... pedras vibrantes... vida a pulular...

Sereno... o guardião vai envolvendo nosso manto mortal...

Sublime... entramos no sopro vivente que reúne a voz vital

Pairamos no templo... paredes vivas... chão pleno de raízes antigas... tecto decorado com azul do mar

Saltitamos descalços... ouvimos a gentil voz das árvores... alegramo-nos com o canto dos pássaros que nos acolhem sem mais...

Mensageiros de luz em nosso lado... esferas de vida em meu redor... riso de criança pura ecoando... coração lembrando seu amor...

Descemos a encosta... cientes do manto de sombra no sopé da montanha...

Vamos adormecendo, entrando no mundo das horas...

Os sons abafados despertam... os códigos gravados na mente nos afectam...

Entramos no mundo imaginário que concordamos manter, a cópia aproximada do que queremos viver...

Sabemos agora - que a vida que é vida... acontece em toda o momento - basta ver...

Casulos de luz pulsátil... sempre ligados ao todo ancestral...

Luz pura que jorra como riacho... alimentando aquele que vê e quer passar...

Pontes... somos pontes irmão ou irmã...

Pontes de vida que se fizeram gentes para que outras gentes saibam lá voltar...

La Mar

Fotografia garrida… de vida devida… entre vagas de chamas brancas originais….

Prata viva… água sentida… sentido de sonho que se fez mais…

Areias distantes… mundos gigantes… encontrados na poesia de ser originais…

Abraço eterno… coração aberto… mundos que fluem para o nosso arribar…

Se abrem comportas… se preenchem derrotas…. Chegam as frotas dos ancestrais…

Vida mais plena… coração que acena… os princípios primeiros se fazem finais…

O mar já clama… tua atenção o reclama… sabes que chega o momento da mar…

A vida e o sonho… linha e seu eco… canto secreto fino de mais…

Preenche os dias… com folhas garridas… pois o tempo é teu… és tu quem o faz…

Pinta a vida… com cores de risa… com saltos orgásticos… com rumos vitais…

Simplesmente… abre tua frente… deixa que o mundo renove ideias…

Convida outras formas… a serem devotas… dos círculos mágicos e das espirais…

Sorri para a vida…. Faz do teu sonho pintura garrida e ajuda a que outros sejam iguais….

Ou simplesmente… liberta tua mente… e espera que o mundo se queira livrar…

Dos grilhões do destino…. Das pautas das horas… números clausos dos que tremem e dos que choram…

Pois todos são notas… de uma melodia engraçadota que os anjos tocam e na que Deus se compraz…

Todos gotas… no rio da vida… pincéis que refazem o mundo real…

Pinta tua pauta.. com notas de cor… faz arco íris onde havia dor… salta onde se querem sentar…

Eleva o teu pranto… que se faça grito e canto… até que compreendam a vida de criança que te motiva a cantar…

E – se não houver mais… se houver apenas um alguém… que veja e ouça bem… já fizeste o que tinhas que fazer…

 amar…

Cântico Novo

Se duas ou mais gentes, com sua força de dormentes, esta luz aprendessem a amar

Se duas ou três mãos, se agarrassem de coração, quanta vida poderiam dar...

Palpitar, vida, coração a irradiar... sementes de luz a despontar...

Se à minha beira se pusessem, se a dar se dispusessem... quanto de mim fariam voar...

Se cantassem um cântico novo, se ouvissem sua voz de povo... quanto de mim poderiam libertar...

Se se abraçassem sem medo e se a mim pudessem abraçar...

Jardim - Éden

Braços entrelaçados, mãos unidas, simples ritmo de crer...

Na liberdade das eras, no suspiro que nos faz viver

A verdade por detrás do pano: a solidariedade de todo o ser humano;

A vida a renascer...

Enquanto o botão feito flor murcha, nova semente a aparecer...

Sua cor, seu porte, seu aroma e vida nunca hão de perecer... apenas passar... transcender... integrar... voltar...

O todo imóvel de onde provém... o colo ancestral de onde advém todo sonho, toda coisa que consideramos "real"...

Estamos humanos... tu e eu... assim ajudamos o nosso estado a transitar...

Vibrações de luz viva, que se define a si mesma e em si mesma se procura conter...

Medo do que há lá fora... separação do lar onde hoje já não mora... a vida se faz vida... não há morrer...

Não esmorece o sopro que me alimenta.... o calor que exalo... as emoções que sentes quando te toco... a força das palavras que vibro quando te falo?

Não sou assim a brisa que te afaga o rosto... o raio de sol que te toca ao de leve... o teu coração palpitando por um sentir mais profundo...?

Seremos sementes de luz no jardim do SER maior... células do corpo vivente do cosmos em expansão... almas crescendo no segredo da vida, alimentando-se de luz, sorriso, abraço e coração...

Portador da Luz

Ali onde dois ou mais estejam em seu nome... o Amor Maior estará entre eles...

A estrela mergulhou no oceano... viu desde o alto e decidiu mergulhar...

Sua luz espelhou no mundo... sua essencia fez as ondas vogar...

Entrar nas águas da vida fez a luz vacilar...

Agora pequena... contida... parte das marés a divagar...

Brincou com os cardumes imensos, com as gaivotas aprendeu a voar...

Foi golfinho saltando momentos... foi baleia no fundo do mar...

Brilhou em mil cores nas florestas garridas dos seres corais...

Encarnou mil presenças enquanto flutuava tranquila com as medusas abissais...

Quando chegou o momento de se elevar... de toda a sua luz voltar a brilhar... percebeu...

Era agora garrida, sua essencia jamais contida... seu cintalar um outro cintilar...

Elevava aos céus os mares, levava consigo a espuma das ondas... portava na sua vida os doces cantares...

Das vagas na areia, das gaivotas na lua cheia, do estrondo das vagas contra os rochedos milenares...

Quanto mais de si ela era... quanto cintilava sua luz primieva... quanta cor trazia para irradiar...

Chegando aos céus limite, quando se aprontava para tirar seu pijama de água e despertar

Eis que notou sua vida tão densa, sua carga tão imensa que se pôs a cantar...