quarta-feira, 20 de março de 2013

SOLIDÕES...




Saint Ex. Visitou "PLANETAS"... visitou "MUNDOS" separados de todos os outros mundos...

Havia o de um ser puro, que se FECHARA em sí mesmo... por algo...

Esse ser "PURO" vivia cuidando de que o seu pequeno planeta não fosse destruído pelos "EMBOMDEIROS" (BAOBABS) enquanto assistia "dia a dia" a mil um por de sol "puxando uma cadeira atrás" (quando deveria andar para a frente para ver -  se ele estivesse LIGADO ao mundo "REAL"...);

e este nosso "príncipe" o não estava...

De facto, este ser - VIVIA no SEU PEQUENO MUNDO... até que - um certo dia - algo ACONTECEU...

Não apenas a PUREZA que VELAVA - fosse cuidando dos seus três vulcões que lhe davam pelo joelho (tal a sua estatura interior)... um deles - por certo - EXTINTO (tal o fogo da vida que o habitava) - fosse tirando ervas daninhas que ameaçassem as flores que iam crescendo aqui e acolá...

Como qualquer ser humano DECENTE e que se PREZE... que tem as suas flores - HABITUAIS - crescendo em dias mais ou menos BANAIS...

Este pequeno príncipe de seu mundo (que visita depois um rei num outro planeta distante... e sorri perante tamanha falta de propósito de um tão ARROGANTE) foi visitado pelo AMOR...

Algo despertou a sua PROFUNDA atenção... algo que - dia a dia - se foi TRANFORMANDO em DEVOÇÃO...

Por um ser que não sabia, por uma vida que não conhecia.... por algo inédito - mistério e segredo - que se foi revelando em cada gesto... em cada desvelo... que crescia por dentro sem que pudesse ele mesmo sabê-lo...

E esse algo se fez dia, rompeu auroras na noite fria... e desfez a cadeia que o prendia... foi o mistério maior que fez eco no seu interior...

E ele sorria - e não sabia - que se fazia prisioneiro desse mistério... até um dia - no que a flor rompia - e revelava uma rosa... distinta... talvez vaidosa (fora ele quem a fizera assim... ao tratá-la com o desvelo de mil e uma noites sem fim)... mas - acima de tudo - PRECIOSA...

VIDA formosa - da qual ele fugira... num bando de gaivotas ... garridas (não as cinzentes monotonias, que levam ao mar onde tudo termina... e que iluminam a vida que há de vir... por vir... - não - foram outras... tão altas e luzidias - que o levaram numa viagem de magia... entre mundos outros iguais a sí)...

E viu os que iluminavam noite e dia... os que de si se esqueciam e por isso bebiam, os que mandavam sem saber que ninguém se deixa comandar... os néscios que se idolatravam... os que viviam das contas e as contas calavam... e até gentes que pensavam - que o mundo podiam cartografar...

Tudo na ironia singela - de quem entende e vê.... e vela - pela vida mais pura que podemos viver... e contar: numa história paralela... que não fira quem se mela - por três ou quatro verdades feitas palavras na boca de uma criança para nos lembrar:

Que vida é SÓ UMA - e essa preenche a alma e o TEMPO apura - para que o tempo, a nosso VIDA VERDADEIRA possa REVELAR...

Fica assim a mensagem - de um PRÍNCIPE sem imagem - longe do mundo simples que queremos representar... figuras na névoa dos sonhos das eras... cristais biselados, por dentro pintados - pela arte sem artista para a reclamar...

VIVE!

Na pureza da VERDADE com a SINCERIDADE de saber A-MAR


O segundo planeta, era habitado por um vaidoso.

- Ah! Ah! Um admirador vem visitar-me! exclamou de longe o vaidoso, mal vira o príncipe.

Porque, para os vaidosos, os outros homens são sempre admiradores.

- Bom dia, disse o principezinho. Você tem um chapéu engraçado.

- É para agradecer, exclamou o vaidoso. Para agradecer quando me aclamam. Infelizmente não passa ninguém por aqui.

- Sim? disse o principezinho sem compreender.

- Bate as mãos uma na outra, aconselhou o vaidoso.

O principezinho bateu as mãos uma na outra. O vaidoso agradeceu modestamente, erguendo o chapéu.

- Ah, isso é mais divertido que a visita ao rei, disse consigo mesmo o principezinho. E recomeçou a bater as mãos uma na outra. O vaidoso recomeçou a agradecer, tirando o chapéu.

Após cinco minutos de exercício, o principezinho cansou-se com a monotonia do brinquedo:

- E para o chapéu cair, perguntou ele, que é preciso fazer?

Mas o vaidoso não ouviu. Os vaidosos só ouvem os elogios.

- Não é verdade que tu me admiras muito? perguntou ele ao principezinho.

- Que quer dizer admirar?

- Admirar significa reconhecer que eu sou o homem mais belo, mais rico, mais inteligente e mais bem vestido de todo o planeta.

- Mas só há você no seu planeta!

- Dá-me esse gosto. Admira-me mesmo assim!

- Eu te admiro, disse o principezinho, dando de ombros. Mas como pode isso interessar-te?

E o principezinho foi-se embora.

domingo, 3 de março de 2013

A árvore que não queria ter raízes - PARTE III


E sonhava... 
e sentia... 
e desejava...



que - renascendo ela um dia - 
fosse um ser que
- sem pudor, rubor...

apenas sendo... 
existindo... 
em pura poesia... 
pudesse se erguer...


ir... 
e ver... 
o que ali
- naquele monte - 
se veria...





E ESQUECIA... 
esta nossa semente feita gente


E ADORMECIA...


esta nossa esfera de luz
feita ramos, sombra e dádiva
em folha, flor, fruto..
...semente...



que se faz nova gente... 
transformando assim o próprio mundo...



IGNORAVA AINDA


- que era a ESFERA onde pertencia - 
tão sólida e serena...


mistério impenetrável


convidando seus ramos firmes,
suas raízes,
seu tronco e suas flores de arte..


A PROCURAR os frutos 
- os VERDADEIROS FRUTOS -


que a VIDA escondera para os que a viam desde fora...


saciados estes ainda
com suculentas viandas, 
com cores garridas, 
texturas primorosas...
do mundo em festa a sua folia


O mundo fora concebido assim 
- restrito -
 para os que deles mesmos pretendiam fugir


Sementes verdes 
ainda esperando amadurecer... 
para discernir...




ver
para começar a ser...


sentir... 


para optar
e desejar
evoluir


por si mesmos ressurgir


no sentido do mundo inteiro alimentar...



- num abraço sincero -


encontrar
-por fora-


igual coração por dentro
 a palpitar:

VIDA, SENTIDO, DESTINO VERDADEIRO
POR DETRÁS DE UM OUTRO...
O SEU MESMO OLHAR

sexta-feira, 1 de março de 2013

A árvore que não queria ter raízes - PARTE II




Esta nossa árvore - que já tanto fazia...
Por ser simplesmente em sintonia...
Com tudo aquilo que "É"...



ouvia - tantos outros dizeres
ruídos da vida 
e assim se não apercebia 
que voando estava ela
entre os braços dos ventos
que dia a dia
a vinham acariciar...



Que voando ia ela - 
entre as asas dos que acolhia 
para depois ver partir...
para uma e outra vez regressar...



Esta nossa árvore agora queria ter pés!... 
andar e ir... 
caminhar
 - fugir -


do destino que a detinha entre ladeiras,
montes,
vales,
serras


e tudo aquilo que havia para lembrar
neste mundo côncavo
onde lhe tinha calhado ficar...


vale que não monte... 
verde que não prado... 
sentido em si como limite
quando ela ansiava o ponto mais alto:



aquele do que lhe falavam os pássaros...
do qual lhe contava o vento...
o que via
 - dia a dia -


em cada segundo
- soberbo -
no astro Sol se erguendo...


Ela
assim queria!

Subir...
e ir...



mais alto



Um dia...
ah..



UM DIA!...


E pr'ali se ficava, 
meia viva entre a pradaria, 
meia morta na sua montanha....