sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Musa pt IV



"Mas há que fazer algo…
há que afastar o intruso do nosso lugar sagrado…
 há que erguer as asas ao sol, à luz`no ar…
e invocar a força da terra, da rocha, da serra…

 e – todos juntos – a nossa força apurar…

para o invasor purgar, esvair…

e expulsar…"




“Musa – esse caminho é o do degredo… o caminho que seguiram os que se ergueram e contra o “inimigo” e se atreveram a lutar:



pois sua própria fala perderam, aprenderam seus sentidos de medo…e – assim – no barulho esqueceram – a essência da vida, da harmonia e este sagrado lugar…”





“Não é possível, venerável, ficar impassível: quando é o meu próprio ser a sangrar. Em cada monte que esvaem, meu próprio ser a desgarrar, em cada ser que corrompem, em cada floresta que destroem, em cada rio que manipulam, em cada força nova que geram para se enfatuar – é a mim que destroem, é em mim que plantam suas sementes de negrume, de ruído e de esquecimento mordaz…”





“Assim, falando e sendo – MUSA – a dos olhos claros e do DOURADO SENTIMENTO - assim te condenas  a te transformar...



 em pó... 




Agora – seja essa a tua vontade – pois a VOZ do SILÊNCIO em todos nós fala sem idade, rango, estatura ou parecer maior…



RECORDA então:



O que há no teu ventre… esse – só o sabe o SER MAIOR…

guarda-o como sempre fez a tua espécie -  dá nome a um novo monte
 nele planta tua semente…



esse monte depois ESQUECE…



será repouso, nicho e firmamento da tua linhagem sem tempo, enquanto se estenda este triste tempo e até que se erga de novo, um NOVO SOL…



Pois vem a bruma, a neblina… vem os tempos da TRISTE SINA – na que os seres se esqueçam do canto da VIDA e se entreguem à loucura da destruição…  

Tu que assim sabes – pois em ti entrevejo já a doença – de lutar por algo que não nos cabe dizer a nós…"



Ouvia assim ela, a que dos seres grandes fora a derradeira, como o destino estava selado no seu ânimo sagrado de defender a chama da criação…

Sendo ela da linhagem, dos altos sublimes que se não partem – pôde apenas recordar até ao dia da sua consagração,  as palavras dos sábios, os ecos da vida enquanto se despedia, ecoando por sempre em seu coração.





São esses os ecos que perpetua a sua geração:

Se te ergues – perdes;
se a tua chama, que guarda a vida, a vida destrói – morres…

se as tuas asas, com as que levantas as copas em cantos de vida e louvor, cobrirem as vidas destes que agora nos desafiam – serás transformada em pavor…

e entre as suas próprias sombras:

de morte, medo e dor

perderás teu nome, tua vida, teu vigor…

Esconde o fruto de teu ventre, no profundo da montanha – chama a essa “EREBOR”…

pois é ainda noite escura
  
– e escura será esta, sem dúvida –

até que ressurja a VIDA numa LUZ MAIOR


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O Regresso do Descoroado - Pt II - O Encontro



eis o que te estou a falar
uma figura humana
viva e singular

que deixa as estrelas
e o seu brilhar
para vir até nós
e nos despertar

mantendo o brilho
da esperança no ar

eis quem tapou os céus
quando caíam as estrelas
e o mar era o eterno adeus

chega um novo rei
que olha por quem crê
que chora pelos que são
e pelos que não também...

e espera
a luz mais branca
da eterna quimera
para tapar a triste condena
esse algo que nos drena
desde dentro por ordem
de quem assim ordena

até ao outro ser que impera
trará água pura
e a livre escolha além da condena

será espelho fiel
da humanidade que crê
da humanidade que se revê
na sua origem imemorial

eis a linha do Graal
vida e sustento
que traz vida e alimento
que nasce e cresce
por dentro

novo sangue
nova vida

força e virtude
esquecidas

no ser humano livre
de novo imbuídas



está perto
o seu momento
por muito
que quem o tema
diga
que é o quinto elemento

está perto
e vem
desde dentro

confia
é chegado
o momento

confia

no teu alento
se esconde
o segredo
que revelas
por dentro

O SILENCIO - Pt I - Onde se encontram os passos







Luar na Lubre
Sol de Prata

Floresta sagrada
Consagrada
entre a rocha
e o Mar
A
M
A

R


As estátuas de 
Pedra a arder

Canta a água
Na vida

da forma
como 
a vida quer


História simples
Por demais
AFONSO


um só

onde o cavaleiro

onde o eco sincero
do ser primeiro?

Onde a vida ue flui
onde o rio que a ergue
onde a flor escura
que de noite
se sugmerge

qual a linha
qual o linhar

qual o lugar sombrio
onde 
um dia
o poderás encontrar?...




Resolve o mistério
sem o véu quebrar
entra em ti mesm@
a sério

algo novo
está a 
dealbar...