quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Musa a Dourada... cair no ruído do mundo... deixando a via dos sonhos atrás...


No eco dos ribeiros,
dos contos de fadas
dos dias antergos
– partiram...

nada deixaram

e seguiram

pela vereda dos sonhos...

a menos transitada

essa vereda dourada

que nenhum dos reclusos
podia sequer imaginar…

conceber

...ou dominar:

como é da sua negra natureza
e da sua forma de ser
e estar…

Apenas Musa
– a Dourada –
da estirpe e linhagem
pura e sagrada,

a dos grandes e antigos
guardiães da vida e da chama

– só ela já mais...
não partirá…

No seu interior ecoa uma causa,
que seu ser modula e amansa:

que será a VIDA e a ESPERANÇA
desse mundo por despontar…

 luz da vida,
estrela
infanta
ser sem nome
que despontará…

da noite mais fria,
da escuridão mais cingida
luz pálida e cristalina…
a nova vida anunciará…

Não sabe ela o segredo,
que aninha em seu ser
com tamanho desvelo,

Não sabe ela a luz nova
que ao mundo mundo trará…

apenas a dor do parto a preenche

– neste nosso:
 seu tempo ausente –

o mundo se contorce
baixo este embate atroz
ruidos imbuídos
dentro de todos nós

gritos, urros,
dentro de seres
cegos e mudos

e a chama da vida
haverá de se apagar...

- esquecer…

e dispersar...

entre as névoas das eras....


renascer... despertar... e de novo florescer... germinar

entre os rios alvos que coroam o nosso pristino lugar..

entre as ridentes esferas
que nos preeenchem da vida nova
que se está a anunciar...

e as novas sementes
luz nascente...
 serão firmes vias
para a VIA esquecida

que de novo

de nova forma
em força
será ressurgida

virtudes
e valores
cores
em sintonia

mas esta visão
Musa a Não via...
apenas a dor
da sombra
do sangue
do suor
que retomba
no antigo templo
que lhe fora dado a zelar

“PORQUE?!?!?”…

se desvaria assim o ser antergo,
enquanto os guardiães iam cedendo,

terreno vivo
– vivo fermento –
do seu próprio ser
sendo vida e sustento
 se dissolvendo...

em bruma e em pó…

“PORQUÊ?!?!?”…


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