Assim rezava a voz da Guardiã das eras
- enquanto falava...
Musa ouvia...
e o seu coração se sobressaltava...
as brumas do futuro incerto se abriam...
e de entre as névoas...
ressurgia uma chama...
a voz dos anões ainda se não ouvia...
permanecia...
velada...
A dança das eras se esvai…
entre ruídos e quimeras
de dentro de nós sai…
A vida que era – decai…
Quem quer o ruído do mundo
– corre um minuto num segundo…
Ganha o quinhão do absurdo
Perde de si tudo o que era real…
Quem procura o caminho original:
vai mais fundo…
vai mais dentro…
escuta
além do mundo
e do seu lamento…
Se todas as luzes que se acendem,
nestes fogos fátuos que se aprendem…
decaem…
Verás o pano de fundo…
além do tempo e do mundo
o verdadeiro recinto
onde te estás a encontrar
Há terra além mar…
Há o teu lugar ancestral a chamar…..
Está para ti tão perto!
Para esses “outros”
Oculto e incerto que
– o pode ver e
sentir…
viver sem te rir…
e ascender sem mais…
tão simples
como respirar
Pois é do teu nome e sangue
Do que te estou a falar…
E há o caminho do fundo…
outro tanto que
equivale ao mundo
Que não se quer render
ou do pesadelo despertar…
Entregar a chama…
queimar a grama
que te esconde
Proclama – com voz bem clara
o lugar que é teu….
Entre os que procrastinam
E Adoram
A vida feita incerta
Existem os que clamam
A verdade certa
Do amor que os concebeu…
Então – haverá novo mundo a parecer
Entre tu
E eu…
Vais mais fundo
Vais mais longe
Proclama a vida
Que se esconde
Entre os pilares
Que se erguem
E os destroços
Dos que se perdem
Está – já - nova
aurora a despontar
Segredo perdido no tempo
Esquecido elemento
Está prestes a dealbar…
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