Reerguer corações partidos, dar tempo ao que os sem destino
– possam lembrar o seu mal.. e recordar – se querem ficar – a resguardar este
lugar – como guardas de ferro – escudos contra o vento incerto – ou se querem
regressar à casa de onde os fomos libertar…
Existe uma lenda – perdida no tempo – sem rumo… sem tenda…
uma gente qualquer que se atreveu a arribar.. a uma terra de calendas, de
mágicas contendas… de flores e rios de cores que se marcam por dentro e se
mostram ao luar…
Existe a história de um rio que chora – por não mais poder
encontrar – a memória… os lugares que ele mesmo se atreveu a cobrir… para
encobrir o seu trágico final…
É um conto que fala – de uma princesa encerrada – entre as
paredes de um certo lugar
E as luzes erguidas
Mesmo perto – na menos valia – dos círios negros acesos nas
noites para a voltar a encontrar…
É este esse estranho lugar… onde as gentes percorrem – o céu
do escuro nas noites nas que podem voltar a lembrar…
Além das paredes dos templo viventes existem mágicas
correntes que impelem o fluxo da vida a se encontrar…
Além dos olhos e do olhar – forças latentes que nos movem de
novo a regressar.
A voltar… a reclamar a casa que se esvai – por terem os seus
ocupantes feito algo que mais não se pode apagar…
Grilhões sobre os livres, peões dos humildes… castelos de
areia que o tempo não mais vai lembrar…
Sedas e cetins entre camarins de histórias e teatros velados
– sem gestos consagrados nem corações para os fazer notar…
São os tempos do princípio para quem o quiser.. sãos os
tempos do fim para quem quiser permanecer... na ignorância da sua infância –
como gente e como povo que está a desaparecer…
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