sexta-feira, 1 de março de 2013

A árvore que não queria ter raízes - PARTE II




Esta nossa árvore - que já tanto fazia...
Por ser simplesmente em sintonia...
Com tudo aquilo que "É"...



ouvia - tantos outros dizeres
ruídos da vida 
e assim se não apercebia 
que voando estava ela
entre os braços dos ventos
que dia a dia
a vinham acariciar...



Que voando ia ela - 
entre as asas dos que acolhia 
para depois ver partir...
para uma e outra vez regressar...



Esta nossa árvore agora queria ter pés!... 
andar e ir... 
caminhar
 - fugir -


do destino que a detinha entre ladeiras,
montes,
vales,
serras


e tudo aquilo que havia para lembrar
neste mundo côncavo
onde lhe tinha calhado ficar...


vale que não monte... 
verde que não prado... 
sentido em si como limite
quando ela ansiava o ponto mais alto:



aquele do que lhe falavam os pássaros...
do qual lhe contava o vento...
o que via
 - dia a dia -


em cada segundo
- soberbo -
no astro Sol se erguendo...


Ela
assim queria!

Subir...
e ir...



mais alto



Um dia...
ah..



UM DIA!...


E pr'ali se ficava, 
meia viva entre a pradaria, 
meia morta na sua montanha....


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