as luzes
de verde
cingidas
nos céus
cintilando
contando
histórias perdidas
entre os nossos ancestros
nos tempos
esquecidos
nas lendas que amamos
agora imbuídas
Assim,
entre o lusco-fusco dos dias
em histórias fugidias
das noites nas que desesperamos
regressará a nós a alegria
um dia
a luz verde
de si mesma cingida
na figura do rei
que desterramos
um dia...
numa noite
evocamos
noite fria...
que agora
se faz dia
e celebramos
em sintonia
e cantamos…
na alegria
até lá fica o tempo
de meditar
no silêncio
com sentimento
qual a origem
do mal que se avizinha
qual a mensagem
sombria e esguia
que se anuncia
a que drena
hoje em dia
gota a gota
as nossas vidas
e qual o remédio
e qual a solução
para tão obscura sina
qual a verdadeira força
que habita o coração
e que o coração anuncia
onde o que que a todos toca
desde o céu como uma gota
que quando cai
a todos toca
transformando-se
fala dentro de nós
e assim vai
de boca em boca
palavra
que a nossa gente
cala
em cada gesto
se fala
e assim se evoca
no silêncio embala
intensa e clara
oração da criança
que se transforma
e em calma, serena
nos ama
ecoando está
nos nossos tempos virá
nos profundos pensamentos
nos mais nobres sentimentos
naquele gesto
sem pensar
naquela palavra
que ousamos bradar
naquele amigo
que levas contigo
quando todos dizem
que o deves deixar
vidas antigas
feitas de novo
garridas,
enobrecidas
além dos etéreos
ecos de cemitérios
dos que caminham
sem vida
sendo sua
existência
vazia
sua esperança
perdida
nomes
de gentes
esquecidas
esperando
desesperando
pelo que se anuncia
virtude
em forma humana
investida
luz que a treva ilumina
sentido além da vida perdida
uma luz nova
se anuncia
forte e sentida
entre as outras
luzes pálidas
que apagam
o dia a dia
entre o verde
floresce
a semente
da esperança
perene
entre as estrelas
que palpitam puras
entre as mais belas
desce até nós uma
neste dia se entrelaça
um algo
que ama
além da dor
um algo
que clama
e se faz
esplendor
luz que trespassa
a gente que é bassa
que cura a alma
e devolve a esp’rança
e a luz quebrada
a que ilumina
novamente
a vida tombada
e te convida
com a mais fina
graça
te inspira
e assim
é em ti
e no teu coração
imbuída
eis o caminho
estrelado
daquela
que vem
do nosso lado
se oculta
no momento
sente
e consente
o agravo
o ilegítimo tormento
essa que sabe e vê
e - apesar de tudo -
em todos nós crê...
Sem comentários:
Enviar um comentário